Laboratório de movimento e expressão com Fábio Tremonte e Filipe dos Santos Barrocas

Foto: Elaine Santana Steola

No mês de março, estou num projeto de fotografia para os artistas Fábio Tremonte e Filipe Santos Barrocas, no Museu de Arte Moderna de São Paulo

Texto sobre o trabalho:

Datas: 04, 11, 18, 25 de março de 2022Horário: 16h

Antes de se perguntar como “volta” o corpo a operar e funcionar em modo presencial depois de quase dois anos de crise sanitária, devemos perguntar: que corpo é este? O que mudou depois desta experiência? Ficou de fato provado que é possível, em questão de semanas, suspender, em todo o mundo e ao mesmo tempo, um sistema econômico que até então se dizia ser impossível desacelerar ou redirecionar. A partir de pequenos gestos, acoplados uns aos outros, em exercícios corporais de movimento e não movimento, aguçaremos nossa percepção em relação ao tempo, o espaço, o entorno e os outros. Em experiências individuais e coletivas de registros escritos e artísticos sobre a tentativa de suspender estruturas do velho sistema reprodutivo.

Programa dos encontros

1. Suspensão: O tempo é relativo, exercícios para estender o tempo: Corpo coletivo, mover para conhecer (sem apresentação) manter a mesma distância de três corpos diferentes; caminhar em grupo o mais lentamente que conseguir, até se afastar do grupo, caminhando em diferentes direções no parque, e voltar à praça da paz caminhando normalmente; escrita automática.

2. Preferiria não: Eu sou o outro, exercícios de mimese: Corpo coletivo, mover reproduzindo o movimento do outro, seguir alguém desconhecido sem que este se aperceba que está sendo seguido, até se afastar do grupo, voltar em direção à praça da paz reconectando ao grupo, coreografia do reencontro; escrita automática.

3. Gestos barreira: Coreografia urbana, exercícios para o todo: Hoje começa quando sair de casa e trancar a porta de casa, deslocamento em estado de atenção aos gestos barreira; escrita automática ao chegar à sala; relato ao grupo; recriação dos relatos pelos outros; reprodução de gestos barreira no parque.

4. Compor-com: Natureza e paisagem, exercícios de construção: produção de “cupinzeiros” de argila na Praça da Paz. Apresentação e conversa em grupo.

Foto: Elaine Santana Steola

Juliana da Silva

A produção das fotos do álbum Vai Samba Meu da Juliana da Silva foi um trabalho conjunto, entre eu, Juliana e a designer, Teresa Maita. Foi uma sessão muito especial, num casarão na Chácara Flora. Uma mistura de encontro familiar, poesia, conexão e trabalho duro.

capa do álbum Vai Samba Meu

FLIMINHA

Junto com a edição da Festa Literária da Mantiqueira, acontece um evento todo desenhado para o público infanto-juvenil.

Em 2019 também fiz a cobertura deste evento, e o produto final é este vídeo:

Flima 2019

A segunda edição da FLIMA aconteceu em 2019 e também fiz a cobertura fotográfica. Deste material, fui comissionada para editar um vídeo para a versão online, de 2021.

  • Imagens: Elaine Santana Steola
  • Edição: Elaine Santana Steola

FLIMA – Festa Literária da Mantiqueira

A primeira edição da FLIMA aconteceu em 2018, em Santo Antônio do Pinhal, e fui chamada para fazer a cobertura fotográfica do evento e ajudar no streaming das mesas de discussão para o Facebook.

De parte do material, editei um vídeo que foi usado, posteriormente, na FLIMA 2019.

  • Imagens: Elaine Santana Steola, Beto Hacker, Paulinho Nascimento, Carol Pires.
  • Edição: Elaine Santana Steola e Bruno Fernandes
  • Trilha Sonora: Benjamin Taubkin.

Planta de Reciclagem de Santo Antônio do Pinhal, 2017.

Tinha me mudado para Santo Antônio do Pinhal fazia 2 anos quando me falaram sobre um projeto para o banco Itaú, e sobre a planta de separação dos recicláveis. A ideia seria documentar o trabalho dos trabalhadores da planta para que pudéssemos pleitear o prêmio do Ecomudança Itaú para melhor paramentarmos os trabalhadores, ampliar e profissionalizar o trabalho de separação do lixo reciclável da cidade.

Foi uma das situações mais marcantes do meu trabalho como fotógrafa: morando numa cidade de 6000 habitantes, vendo 3 trabalhadores lidar com os recicláveis da população da cidade inteira, me fez pensar tanta coisa sobre nossa produção de resíduos, era muito pessoal aquele lixo todo. Era meu também.

Atualizações…

Maya na Serra da Mantiqueira (água quente no balde, sorvete na mão). 1 ano atrás.

Olá!

Durante esse tempo que passei sem postar, algumas vezes me lembrava do blog com uma certa culpa. As imagens e os posts estavam criados, com títulos, só faltando escrever os textos. Abria a parte administrativa do site e pensava no que escreveria, depois deixava “prá mais tarde”, acabava esquecendo, absorvida pelas atividades do dia a dia, pelos cuidados com a Maya, por nossas mudanças, pela vida…

Ontem enviei um projeto para a prefeitura da pequena cidade onde moramos (pois é, estamos no Brasil, faz um ano já) e incluí um link para o blog, o que me fez entrar no site, ler alguns posts, lembrar das fotos já incluídas nos posts não escritos e não postados.

Sei que não me lembro de todos os detalhes daquela viagem e que mudei nesses anos que passaram, mas as fotos merecem ver a luz do dia. E algumas histórias merecem ser contadas, ainda que sob novos ângulos.

Ontem, por coincidência, estava assistindo a um documentário com o João Bittar, o fotojornalista brasileiro, morto em 2011. Em algum momento ele diz que algumas fotos foram feitas para serem vistas depois, até 30 anos depois, ele disse. Será que é o caso das minhas? De qualquer maneira, é interessante rever trabalhos antigos, pensar em quem você era naquele momento, perceber que amadureceu, sentir saudades, sentir gratidão pelas mudanças internas, perceber que faria muita coisa diferente.

E o que fiz nesses anos que se passaram? Principalmente cuidei da Maya, minha filha de 3 anos e pouco. E cuidei de mim, das minhas ideias. Moramos por 2 anos em Nova Iorque, fizemos várias viagens pelo Brasil buscando um lugar para morar, fiz um curso sobre plantas medicinais, alguns cursos rápidos de culinária natural, fotografei (principalmente a Maya) e, no ano passado, voltamos ao Brasil, para morar na Serra da Mantiqueira. Deletei minha conta no Facebook e assisti muitos filmes e seriados.

Em Nova Iorque, deixei nossa sacada sem espaço, com as plantas que fui semeando ou comprando, ainda por lá, mudamos para uma casa e enchi o jardim com mais plantas (que morriam no inverno e voltavam na primavera). Quando chegamos na Serra, voltei a plantar. Depois vieram as galinhas. E os pintinhos. Depois o terreno, que compramos faz uns meses e para onde queremos nos mudar, montar nossa base. Com a casa pronta, queremos voltar a viajar, daqui uns anos. Construímos esse ninho, que é nossa família. Li muito sobre educação. Pensei muito sobre educação. Falei muito sobre educação. Virei a chata da educação. Superei. Virei a mãe que sou hoje, e a mulher que sou hoje, de quem gosto muitíssimo.

Espero que gostem do que lhes reservo, os queridos leitores que ainda estejam por aqui. :)

Ini Vibez

Conheci a Ini na rua do meu bairro, East Flatbush, para onde nos mudamos no meio de 2014. Eu com a minha filha no sling, ela com as 3 filhas, tentando tirar umas fotos de acessórios enquanto pedia para as meninas ficarem quietas, pois precisava muito das fotos. Fui falar com ela. Me disse que comprava roupas em brechós e as customizava e depois vendia em feirinhas pela cidade. Conversamos um pouco sobre maternidade, depois disse que era fotógrafa. Combinamos o trabalho.

No dia das fotos, fui até a casa dela, no project próximo de casa. Project é conjunto de prédios para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Lá ela contou que tinha acabado de terminar um relacionamento abusivo, que precisava fazer o dinheiro acontecer, e ouvimos de uma das meninas que era bom que ela não retomasse essa relação, de novoooo, ela disse, estendendo as vogas no final (agaaaaaaaaiiiiin). Ini sorriu sem graça, enquanto eu desviava o olhar para ver as baratinhas que passeavam, fartas, pelas paredes e móveis.

Voltamos para a rua e, pelo bairro, fizemos as fotos. As meninas ficaram em casa, sozinhas.

INI VIBEZ
INI VIBEZ
INI VIBEZ