Atualizações…

Maya na Serra da Mantiqueira (água quente no balde, sorvete na mão). 1 ano atrás.

Olá!

Durante esse tempo que passei sem postar, algumas vezes me lembrava do blog com uma certa culpa. As imagens e os posts estavam criados, com títulos, só faltando escrever os textos. Abria a parte administrativa do site e pensava no que escreveria, depois deixava “prá mais tarde”, acabava esquecendo, absorvida pelas atividades do dia a dia, pelos cuidados com a Maya, por nossas mudanças, pela vida…

Ontem enviei um projeto para a prefeitura da pequena cidade onde moramos (pois é, estamos no Brasil, faz um ano já) e incluí um link para o blog, o que me fez entrar no site, ler alguns posts, lembrar das fotos já incluídas nos posts não escritos e não postados.

Sei que não me lembro de todos os detalhes daquela viagem e que mudei nesses anos que passaram, mas as fotos merecem ver a luz do dia. E algumas histórias merecem ser contadas, ainda que sob novos ângulos.

Ontem, por coincidência, estava assistindo a um documentário com o João Bittar, o fotojornalista brasileiro, morto em 2011. Em algum momento ele diz que algumas fotos foram feitas para serem vistas depois, até 30 anos depois, ele disse. Será que é o caso das minhas? De qualquer maneira, é interessante rever trabalhos antigos, pensar em quem você era naquele momento, perceber que amadureceu, sentir saudades, sentir gratidão pelas mudanças internas, perceber que faria muita coisa diferente.

E o que fiz nesses anos que se passaram? Principalmente cuidei da Maya, minha filha de 3 anos e pouco. E cuidei de mim, das minhas ideias. Moramos por 2 anos em Nova Iorque, fizemos várias viagens pelo Brasil buscando um lugar para morar, fiz um curso sobre plantas medicinais, alguns cursos rápidos de culinária natural, fotografei (principalmente a Maya) e, no ano passado, voltamos ao Brasil, para morar na Serra da Mantiqueira. Deletei minha conta no Facebook e assisti muitos filmes e seriados.

Em Nova Iorque, deixei nossa sacada sem espaço, com as plantas que fui semeando ou comprando, ainda por lá, mudamos para uma casa e enchi o jardim com mais plantas (que morriam no inverno e voltavam na primavera). Quando chegamos na Serra, voltei a plantar. Depois vieram as galinhas. E os pintinhos. Depois o terreno, que compramos faz uns meses e para onde queremos nos mudar, montar nossa base. Com a casa pronta, queremos voltar a viajar, daqui uns anos. Construímos esse ninho, que é nossa família. Li muito sobre educação. Pensei muito sobre educação. Falei muito sobre educação. Virei a chata da educação. Superei. Virei a mãe que sou hoje, e a mulher que sou hoje, de quem gosto muitíssimo.

Espero que gostem do que lhes reservo, os queridos leitores que ainda estejam por aqui. :)

Maya!

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Rodrigo fazendo pele a pele (essencial para o desenvolvimento do prematuro) no dia seguinte à alta. Junho/2013. Foto: Elaine Santana

Faz um pouco mais de um ano que escrevi sobre o Dia de Los Muertos na Bolívia.

Aquele foi nosso último dia de Bolívia: viajávamos em direção ao Peru. A linda festa dos mortos. Chorei com o acolhimento de uma família, no Cemitério Geral em La Paz, um senhor me explicando o sentido de cada uma das oferendas. Estava explodindo de emoções naquela semana, a vida à flor da pele, sentindo tudo, intensamente… Naquele momento, nem imaginava que já crescia dentro de mim a Maya. Ela me pedia descanso, repouso, introspecção, mas eu tinha planos profissionais: algumas sessões de fotos de um trabalho que fiz para uma ONG Boliviana.

Nunca foi minha intenção ficar tanto tempo sem escrever aqui no blog, mas nossa vida foi mudando rapidamente, e estávamos sempre tão ocupados que acabei não contando da gravidez. Tantas histórias, tantos textos por escrever, as fotos já editadas, só esperando publicação, e eu querendo seguir a ordem cronológica da viagem, contar da Bolívia e depois contar da chegada ao Peru, que foi quando comecei a desconfiar da gravidez (num barco, no lago Titicaca, voltando para Puno), do momento que a certeza começou a se instalar (no trem, acompanhada de um amigo nova iorquino, indo em direção a Águas Calientes). Queria dividir os momentos belos, como o que tive no ônibus em direção a Machu Picchu: me emocionei pensando no mundão que apresentaria para o serzinho que crescia dentro de mim. Continue reading “Maya!”

NYC Moms

Comecei a fotografar mães enquanto morava e estudava aqui em Nova Iorque.

Nova Iorque é a cidade mais populosa dos EUA com mais de 8 milhões de pessoas, cerca de 36% de seus habitantes nasceu em outro país. Segundo a Wikipedia, mais de 800 idiomas diferentes são falados nesta cidade, tornando-a cidade com maior diversidade linguística do mundo.

Os retratos de mães com sua prole visava documentar justamente esta diversidade.

Mas meus dias de moradora nova iorquina acabaram antes que eu achasse que tinha terminado o projeto e voltei para o Brasil pensando que um dia ainda retornaria a NYC para finalizá-lo.

Agora, voltei para passar um mês. E retomo o projeto.

Para localizar qualquer uma das mulheres uso qualquer fonte disponível: publico numa lista local (craigslist), falo com amigos, posto no facebook, mando emails, ligo para pessoas. Demora, mas sempre aparece gente querendo participar.

Hoje vou finalmente fotografar Michelle, uma indiana que tem uma filhinha de 16 meses. E a partir de amanhã tenho outros retratos para fazer tambem.

Arrumando o equipamento hoje, preparando as cabeças de flash, difusores, câmera e filme, vou entrando no clima da sessão e vai me batendo esta alegria de saber exatamente porque escolhi ser fotógrafa, e porque apesar das dificuldades, frustrações, pessimismos ocasionais, inseguranças e conta cada vez mais vazia no banco, continuo fotografando:  a poesia única que cada pessoa imprime em sua própria vida e que eu tenho a chance de presenciar. [easyrotator]erc_52_1345332012[/easyrotator]

 

Dansamaúma & Maternidade…

Estas últimas semanas tenho trabalhado num projeto maravilhoso de fotografar. O final da segunda gravidez da Regiane e as aulas de dança que ela faz com a Larissa Carpintero no Samaúma (https://maternidademovimento.blogspot.com/) em Campinas, São Paulo. No começo, a Lala me chamou para participar um pouquinho e entrar no clima. Adorei tanto que acabei resolvendo fazer aulas de dança aqui em Sampa.

Que delícia estas tardes de fotos e danças e cercada de ideias interessantes sobre parto e maternidade. [easyrotator]erc_41_1345330402[/easyrotator]

Maitê

Maitê: em 18 minutos ela tinha feito caretas, sorrido, brincado, corrido, chorado, apanhado uma flor, aberto um Kinder Ovo, colocado um pirulito com plástico e tudo na boca, e finalmente, sentado calmamente em cima da mesa e aceitado os carinhos da mãe.

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Ocupação Avenida Ipiranga

Em 3 de Outubro, no mesmo dia das eleições, a FLM (Frente de Luta por Moradia), ocupou 4 prédios vazios no Centro da cidade de São Paulo.

Frequentei o prédio ocupado na Avenida Ipiranga durante o período em que eles ficaram por lá. Com eles conversei, fiz perguntas, comi e por lá dormi na última noite, a noite da reintegração de posse.

Com eles consegui aprofundar meu questionamento sobre a moradia em grandes cidades especialmente uma com tanto espaço físico como São Paulo, que ainda que tão grande, constantemente empurra seus moradores com menor poder aquisitivo para longe, para as periferias da cidade, através de demolições seguidas de construções de prédios de luxo ou destinados a classe média, altas no valor dos imóveis, especulação imobiliária e tantas outras questões relacionadas ao custo de vida.

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